A Atlântida e o Reino dos Gigantes

Este é um livro estranho e fascinante. Misto de realidade e intuição, para escreve-lo Denis Saurat percorreu caminhos virgens, respeitando a ciência mas sem a ela se escravizar. Com efeito, diz ele, a ciência sofre, como a própria civilização, a ausência de uma filosofia mais ampla, capaz de nos fornecer teorias e princípios para as incógnitas do espírito humano. Diante disto, os cientistas, tão logo deixam o terreno da comprovação experimental, imaginam explicações apressadas, que se tornam mais vagas à medida à medida que se elevam suas abstrações. Donde concluir-se que a opinião do homem comum, dotado de algum bom senso, quando se trata de imaginar teorias, é tão respeitável quanto a de qualquer homem de ciência.

Assim sendo, a pesquisa aliada à intuição filosófica, o autor chega a algumas conclusões por demais surpreendentes, mas que a sua argumentação torna lógicas. Este livro pretende demonstrar ao leitor que muitas luas existiram antes da nossa e se esmagaram sobre a Terra, e que o mesmo sucederá com o nosso atual satélite; que houve sobre a Terra períodos de gigantismo vegetal, animal e humano, e que a evolução física e mental teve altos e baixos, desde milênios remotos; que nos Andes existiu uma Atlântida remotíssima, muito anterior à Atlântida de que nos fala Platão; que as lendas sobre a Atlântida e as civilizações precedentes correspondem a realidades não completamente esquecidas, e que as catástrofes que as destruiram estão ligadas à evolução moral da humanidade; que os espírito humano se estende bem mais longe do que imaginamos, e por isso as idéias teosofícas e espíritas não devem ser desprezadas.

Reportando-se à Biblía, à Grécia, ao Egito, à China, à psicanálise, aos teosofos, aos espíritas e aos poetas, Denis Saurat desenvolve sua tese de maneira convincente, embora estarrecedora. Analisando a angústia com que o homem procura explicar a vida. Pergunta se esta busca não é indício de uma realidade ainda desconhecida...